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Travessia Vale do Pati: 4 dias de trekking na Chapada Diamantina

O Vale do Pati é um lugar muito especial e transformador. Não apenas por suas paisagens incríveis, mas porque também nos proporciona uma experiência de imersão com a comunidade nativa.  Seus morros verdes abrigam rios e cachoeiras, além de cenários tão incríveis que fazem valer a pena todo o esforço da travessia. Não à toa, o trekking no Vale do Pati é conhecido como um dos mais lindos do mundo. Então, vem com a gente saber tudo sobre esse destino!


Onde fica o Vale do Pati?

O Vale do Pati fica localizado dentro do Parque Nacional da Chapada Diamantina, no interior da Bahia.

Para chegar na Chapada Diamantina, o aeroporto mais próximo é o de Lençóis, mas que opera poucos voos. Uma outra opção é voar para o aeroporto de Salvador e de lá alugar um carro ou ir de ônibus para a Chapada Diamantina. 

Existem duas entradas principais para o Vale do Pati, que são a do Alexo e a do Beco, sendo que a cidade mais próxima delas é Guiné. Guiné é um distrito do município de Mucugê, que está a aproximadamente 10min de carro da entrada do Vale do Pati pelo Alexo. É possível chegar até lá dirigindo, mas em épocas de chuva pode ser preciso estacionar um pouco antes e seguir caminhando até o início da trilha.

Se estiver com o seu carro, você pode começar a sua travessia pelo Vale do Pati em qualquer uma das entradas. Também há a opção de iniciar em uma e terminar na outra. Contudo, neste caso é preciso contratar um transporte para te levar de um ponto a outro. Mas se estiver fazendo o trekking com uma agência, ela fica responsável pela logística.

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Quando ir ao Vale do Pati?

Assim como muitos outros destinos do nordeste, o Vale do Pati conta, basicamente, com duas estações no ano: a seca, que dura de abril a outubro, e a chuvosa, que vai de novembro a março.

Ambas têm seus prós e contras, como, por exemplo, na época chuvosa as cachoeiras ficam cheias e bonitas, e o Cachoeirão pode chegar a ter 22 quedas! Por outro lado, as trilhas podem ficar muito lamacentas a ponto de comprometer a ida em alguma atração. Já na época seca o clima fica mais ameno e agradável para caminhada, porém, há o risco de as cachoeiras estarem secas. 

Apesar disso, devido a região ser influenciada por microclimas da Chapada Diamantina, fica difícil prever com precisão como será um dia no Vale. Pois pode chover no período de seca, e vice-versa.

Portanto, o Vale do Pati é um destino para visitar durante o ano inteiro. Mas vale a pena se prevenir para as possíveis mudanças climáticas que possam surgir durante o seu trekking. 


Quantos dias ficar?

Não existe um roteiro definitivo do Vale do Pati. Por isso, o mais comum é que a travessia seja feita entre 3 e 5 dias

O roteiro do Ale e da Duda foi de 4 dias (como iremos sugerir mais à frente), tempo suficiente para conhecer muitas das atrações do Vale. Mas caso você tenha mais tempo e queira fazer o trekking com mais calma, vale a pena ficar um pouco mais. 

Também é possível fazer um roteiro menor, embora seja mais corrido. Neste caso, uma opção é contratar um guia para fazer um bate e volta até o Mirante do Cachoeirão, que é uma das principais e mais belas atrações do Vale do Pati. São em torno de 20 km de trilha, então é um passeio mais puxado, porém, possível de fazer.


Precisa de guia na travessia do Vale do Pati?

Não é obrigatório fazer o trekking do Vale do Pati com guia, mas é recomendável. Isso porque as trilhas não são demarcadas, portanto você pode se perder, e no Vale não pega sinal de celular

Vale lembrar que o acesso ao Vale do Pati é complicado, e caso seja preciso algum tipo de ajuda, pode demorar.


O que levar para trilha no Vale do Pati? 

Como já dissemos, o Vale do Pati é uma região bem isolada e de difícil acesso. Além disso, você irá percorrer muitos quilômetros e horas de caminhada, com paradas para pernoite nas casas dos moradores do Vale. Portanto, é muito importante levar os itens essenciais para ter uma boa experiência.  

Priorize uma mochila confortável, calçado apropriado para trekking, como tênis ou bota, capa de chuva, capa impermeável para proteger a mochila, garrafa d’água, chapéu ou boné, toalha de secagem rápida, lanterna etc.

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Outros itens que não podem faltar na sua mochila:

  • jaqueta impermeável;
  • óculos de sol;
  • roupa de banho;
  • protetor solar;
  • repelente; 
  • itens de higiene pessoal;
  • sacos para guardar seu lixo; 
  • remédios (não tem farmácia por lá);
  • dinheiro em espécie, caso precise comprar algo nas vendinhas que ficam nas casas dos locais.


Como é a pernoite no Vale do Pati?

Ao todo, são 3 opções de hospedagem no Vale do Pati e cada uma tem seu custo. Veja só:

  • Acampar: R$40 – é preciso levar sua própria barraca e equipamentos de camping. Também só é permitido acampar nas áreas das casas de apoio;
  • Pernoite sem alimentação: R$80 – você dorme nas casas de apoio, mas precisa levar e preparar a própria comida. As casas oferecem uma cozinha equipada;
  • Diária completa: R$200 – inclui jantar e café da manhã. Neste caso, você só precisa levar lanches para a trilha.
Casa de apoio

Vale dizer que é importante agendar a sua estadia nas casas de apoio com antecedência. E ao contratar um guia ou agência, eles se encarregam dessa parte.

Além disso, como dissemos acima, é importante levar dinheiro em espécie, caso precise comprar alguma coisa nos mercadinhos. Os preços são um pouco acima do comum, devido a dificuldade de transportar as mercadorias. 


Roteiro de 4 dias no Vale do Pati

Como não existe um roteiro determinado da travessia do Vale do Pati, você pode montar um com as atrações do seu interesse, e contar com a ajuda de um guia ou agência. Confira abaixo uma sugestão de roteiro com base na experiência que tivemos no Vale do Pati:

Dia 01

  • Mirante do Alexo; 
  • Rio Preto; 
  • Mirante do Pati;
  • Pernoite na Casa do Seu João Calixto.

Dia 02

  • Mirante Darcizinha; 
  • Gruta do Castelo; 
  • Mirante do Castelo; 
  • Cachoeira das Bananeiras; 
  • Cachoeira do Funis;
  • Pernoite na Casa do Seu Miguel e Agnaldo.

Dia 03

  • Cachoeira do Calixto;
  • Pernoite na Casa do Seu Miguel e Agnaldo.

Dia 04

  • Mirante da Fenda; 
  • Cume do Morro Sobradinho; 
  • Mirante do Cachoeirão;
  • Retorno para Guiné.


Relato do Ale e da Duda sobre a travessia pelo Vale do Pati

Agora que você já está por dentro de tudo o que precisa saber antes de ir para o Vale do Pati, veja como foi a experiência do Ale e da Duda nesse lugar especial:

Mirante do Castelo

Dia 01

Saímos de Guiné, onde deixamos o carro, e fomos de carona com um casal de amigos que também viaja em uma van motorhome, até uma das entradas do Vale do Pati, a do Alexo. Foi mais ou menos meia hora de estrada de chão em boas condições.

A trilha do primeiro dia começou com uma subida, mas o resto do caminho foi tranquilo. No geral a caminhada foi nível médio/fácil.

Paramos nos seguintes pontos:

  • Mirante do Alexo;
  • Rio Preto;
  • Mirante do Pati.

Parada para pernoite na Casa do Seu João Calixto:

  • Na parada tem água filtrada;
  • São quartos coletivos com camas individuais (beliches);
  • Eles disponibilizam toalha para banho;
  • O banho tem água quente, os banheiros são individuais e muito bons;
  • Não fizemos as refeições que eles oferecem, mas a comida parecia bem caseira (arroz, feijão, macarrão e uma carne);
  • Tinha uma cozinha ampla para cozinhar, com panela, utensílios e sal;
  • Tem energia elétrica, mas não tinha tomada no quarto, deixamos o telefone e as baterias carregando em uma área comum;
  • Tem um mercadinho com algumas coisas básicas como cerveja, refrigerante, biscoito, preservativos, o famoso gengidrink (um drink que eles fazem com gengibre, cachaça, mel e limão), entre outros.

Dados do trekking:

  • Distância: 6,32 km;
  • Ganho de elevação: 339 m;
  • Tempo caminhando: 1h40;
  • Tempo total de trilha: 5h20.


Dia 2

O dia começou com uma caminhada tranquila até a segunda hospedagem onde ficamos pelos próximos dois dias.

Deixamos a mochila maior para ir até o Mirante do Castelo, uma vista incrível do Vale do Pati. A subida para chegar até lá foi bem cansativa, mas a vista valeu a pena!

Almoçamos no Mirante do Castelo o lanche que levamos e de lá seguimos para a Cachoeira.

Paramos nos seguintes pontos:

  • Mirante Darcizinha;
  • Gruta do castelo;
  • Mirante do Castelo, também conhecido como Morro da Lapinha;
  • Cachoeira das Bananeiras;
  • Cachoeira do Funis.

Pernoite no Miguel e Agnaldo:

  • Tem água filtrada;
  • São quartos coletivos com camas individuais (beliches);
  • Eles disponibilizam toalha para banho;
  • O banho só tem água fria. Os banheiros são individuais e muito bons;
  • Tinha uma cozinha com fogão a lenha e utensílios;
  • Tem energia elétrica, mas não tinha tomada no quarto, deixamos o telefone e as baterias carregando em uma área comum;
  • Tem um mercadinho com algumas coisas básicas. Compramos o pão caseiro e estava muito bom (R$3 cada e tem que encomendar antes!) e para o café da manhã compramos ovos (R$2 cada).

Dados do trekking:

  • Distância: 12,34 km;
  • Ganho de elevação: 725 m;
  • Tempo caminhando: 3h07;
  • Tempo total de trilha: 9h11.


Dia 3

No terceiro dia o plano era conhecer a Cachoeira do Calixto, mas como choveu bastante durante a noite, o caminho estava com muita lama e, por isso, não seria possível fazer o percurso. Então tivemos uma alteração de roteiro e o que era para fazermos no quarto e último dia de trekking, fizemos no terceiro dia de trilha.

Foi o dia mais cansativo, mas na minha opinião, com a atração mais linda do Vale do Pati: o Mirante do Cachoeirão. A vista lá de cima é surreal! 

Tem dois mirantes do Cachoeirão: um que te permite ver a queda d’água mais de frente (quando fomos tinha muita água, mas nem sempre é assim), e outro com a vista para o vale, que também é linda. Nesse segundo mirante, para os corajosos, se você se deitar no chão consegue ver as poças d’água e as quedas d’água de cima.

Paramos nos seguintes pontos:

  • Mirante da Fenda;
  • Cume do Morro Sobradinho;
  • Mirante do Cachoeirão.

Dados do trekking:

  • Distância: 16,35 km;
  • Ganho de elevação: 834 m;
  • Tempo total de trilha: 9h11.


Dia 4

No quarto e último dia de trilha, fizemos o trajeto da casa de apoio Miguel e Agnaldo até a entrada do parque pelo Alexo, onde estava o nosso carro.

Foi um dia mais tranquilo de caminhada, em termos de esforço físico, mas tivemos que cruzar o Rio Negro. Como havia chovido bastante, o rio estava batendo na cintura e a correnteza estava muito forte. Fizemos uma corrente entre nós para passar as mochilas para o outro lado e um foi ajudando o outro para passarmos. O guia que estava conosco não tinha corda que chegasse até o outro lado do rio. Mas no fim deu tudo certo.

Então pegamos o carro e voltamos para Guiné.

Dados do trekking:

  • Distância: 10,89 km;
  • Ganho de elevação: 559 m;
  • Tempo caminhando: 3h11;
  • Tempo total de trilha: 6h20.

Depois de ler todo o relato do casal Get Outside sobre o trekking no Vale do Pati, aperte o play no vídeo abaixo e confira como foi essa experiência:

Ficou com vontade de viver essa aventura? Então, compartilhe essas informações com quem vai te acompanhar no Vale do Pati!

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