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5 razões para você ir ao Chile esquiar

Tenho um carinho especial pelo Chile. Foi o primeiro país que visitei, aos 11 anos de idade.

Já naquela oportunidade tive meu primeiro contato com a neve e com o esqui. Lembro que havia prometido a mim mesmo voltar todo ano para esquiar, mas eu obviamente não poderia fazer aquilo sem trabalhar, e aos 11 anos eu ainda não trabalhava. A promessa acabou ficando de lado e eu tive contatos somente esporádicos com esse esporte ao longo dos anos.

Se você procura dicas sobre Santiago, recomendo uma olhada nos posts da Débora, do Foco no Mundo, especialmente o post sobre o que fazer em Santiago e região e sobre o passeio ao Cajon del Maipo.

No entanto, já voltei ao país 3 vezes depois daquela oportunidade, e em todas tive a chance de esquiar. Além da primeira vez, em 1995, estive no Chile em 1998, 2012 e 2013, e tive a chance de conhecer algumas das principais estações de esqui de lá, mais precisamente Valle Nevado, El Colorado, Farellones, La Parva e Portillo.

E por que voltar 4 vezes ao mesmo lugar, se existem outros tantos lugares para esquiar na América do Sul?

Tenho, no mínimo, 5 razões para isso:

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Facilidade de acesso

Santiago fica há poucas horas de voo do Brasil (aproximadamente 4 horas de São Paulo e 3 horas de Porto Alegre). É um voo relativamente curto. Mas você pode dizer que alguns resorts de esqui argentinos estão ainda mais próximos do Brasil, por exemplo. Olhando no mapa isso pode até ser verdadeiro, mas é preciso considerar a existência de voos diretos, frequencia de voos e o acesso do aeroporto até o resort.

E nesse quesito Santiago é imbatível, principalmente por ser a capital do país. Chegar em Las Leñas e em Bariloche, por exemplo, é certamente mais complicado do que chegar às estações mais próximas de Santiago. Aliás, essas estações mais próximas de Santiago (Valle Nevado, El Colorado, Farellones e La Parva) ficam há aproximadamente 40 km de distância da cidade e as estradas até lá são muito bem conservadas e com manutenção constante em caso de nevascas. Existem muitas pessoas, inclusive, que ficam hospedadas em Santiago e sobem todos os dias para esquiar (o trajeto é de aproximadamente 1 hora e meia).

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E como chegar nessas estações próximas a Santiago?

De van – Existem inúmeras empresas que fazem o transporte entre Santiago e as estações. A maior delas é a Skitotal.

De carro – Dirigir de Santiago até as estações é relativamente tranquilo, já que as estradas são bem sinalizadas e em boas condições. Mas cuidado, quando há gelo na pista, o uso de correntes é obrigatório. No caminho de subida existe um local onde se alugam correntes e o preço é negociável, mas se fecha por algo em torno de CLP 10.000 por dia. É muito importante verificar se as correntes que você está alugando são do tamanho correto para o seu pneu, caso contrário você ficará pelo caminho. O carro simplesmente perde a tração no contato com o gelo, e a corrente é a única forma de conseguir o contato com o asfalto. No entanto, se a corrente estiver mal colocada ou for do tamanho errado ela se romperá facilmente (e isso aconteceu comigo da última vez).

Aqui vai uma dica importante: A grande maioria das vans que sobem rumo às estações param em locais ao longo do caminho para que os turistas aluguem equipamentos, possivelmente por preços inferiores aos praticados nas estações. Mas isso é um grande risco. Se qualquer problema acontecer com o seu equipamento quando você estiver lá em cima, você dança, já que não será possível descer para trocar ou ajustar alguma coisa. Assim, recomendo que os equipamentos sejam todos alugados diretamente nas estações.

Pistas para todos os gostos

Como falei acima, são 4 estações próximas a Santiago. La Parva, El Colorado e Farellones ficam quase no mesmo lugar, há inclusive um transporte gratuito entre elas. Aos que tiverem os passes de todas, é possível inclusive esquiar entre elas e o Valle. É pista para todos os gostos, níveis e bolsos. Acha que o Valle Nevado está muito cheio em tal dia, que tal um fora de pista em La Parva? El Colorado está com pouca neve? Tenta o Valle! Enfim, são 4 estações diferentes para você conhecer, uma ao lado da outra e com características bem diferentes. Certamente você sairá de lá sem conhecer todas como gostaria.

Hospedagem

E com a variedade de estações, existe também uma enorme variedade de opções de hospedagem. Para ser bem abrangente, podemos começar desde Santiago, com albergues baratos no bairro Bellavista, até o hotel 5 estrelas Valle Nevado, que fica na estação de mesmo nome.

É difícil recomendar uma hospedagem, já que essa é uma questão muito pessoal, mas eu ficaria novamente hospedado em todos os lugares que já estive por lá (e isso é talvez a melhor das recomendações). Em Santiago, já fiquei hospedado no Dominica, no Pure Lounge e no Rado, todos no bairro Bellavista, próximos à rua Pio Nono, com bares, restaurantes e baladas na proximidade. Esses três hostels possuem uma estrutura simples, porém moderna e aconchegante e o preço não assusta.

Lá em cima, fiquei hospedado no ChileXtremo, um local igualmente simples e aconchegante localizado em Farellones. Se você procura ficar próximo às estações, mas sem gastar muito, Farellones é certamente uma boa opção.

Hospitalidade

Sempre fui muito bem atendido em todos os lugares que passei no Chile, seja em Santiago ou nas estações de esqui. Acho que o chileno está acostumado a receber os brasileiros dada a grande quantidade de turistas do Brasil que aparecem por lá todo ano. A similaridade da língua faz com que o idioma não seja uma barreira. Aliás, é comum ver atendentes fluentes em português em algumas estações de esqui, como no Valle Nevado, por exemplo.

Clima “despejado”

Todos sabem que para esquiar precisa-se de neve. No entanto, esquiar no meio de uma nevasca não é nada agradável. A visibilidade fica prejudicada, o frio é intenso, dentre outras coisas. O melhor dia é sempre aquele depois da nevasca, sem uma nuvem no céu, com sol a todo vapor e a neve fresca na pista. E isso é o que não falta nas estações de esqui próximas a Santiago. Segundo informações que constam no site do Valle Nevado, 85% dos dias são abertos (despejados, como eles dizem em espanhol), o que permite dias de visibilidade excelente, temperaturas agradáveis e fotos/vídeos incríveis.

Farellones

Farellones

Está convencido? Então veja abaixo minhas impressões de cada uma das estações que conheci por lá:

Valle Nevado

Talvez a mais conhecida e frequentada estação de esqui do Chile, o Valle Nevado fica muito próximo à Santiago. Dentre as estações próximas é, contudo, a mais alta de todas, o que garante uma maior incidência de neve.

O Valle possui uma estrutura elogiável de hóteis e serviços e aqueles que buscam uma temporada de ski/snowboard estarão muito bem servidos no Valle. São três hotéis (Valle Nevado, Puerta del Sol e Tres Puntas), apartamentos, cinco restaurantes, quatro bares, dentre outras facilidades, como cinema e espaço para crianças. No entanto, em comparação com El Colorado e La Parva, é certamente a mais cara de todas.

Em razão de sua popularidade, turistas lotam o Valle Nevado aos finais de semana, o que é um ponto negativo aos que procuram um pouco de espaço e até um certo sossego para praticar ski/snowboard. Durante a semana, no entanto, o movimento é razoável. O resort promove inúmeras promoções como, por exemplo, 50% para mulheres nas segundas-feiras. Quando estiveres planejando uma ida ao Valle, é bom visitar o site e identificar os melhores dias para subir.

Em termos de pista, o Valle Nevado é muito bem servido. Existem pistas para todos os níveis, desde aquele que nunca esquiou aos que querem arriscar fora de pista, heliski e manobras no snowpark. Segundo o site do resort, as pistas são divididas da seguinte forma:

  • Verdes (Principiante) 10%
  • Azuis (Intermediário) 36%
  • Vermelhas (Avançado) 33%
  • Pretas (Avançado) 21%

Estive no Valle em três oportunidades (1995, 1998 e 2012) e a pista Sol (vermelha) é a que mais me encantou, tanto pela longa distância, como pela constante variação de inclinações e obstáculos.

Valle Nevado

El Colorado

É a segunda estação de esqui mais popular da região de Santiago e, assim como Valle Nevado, fica bem movimentada aos finais de semana. Ao contrário do Valle Nevado, El Colorado não possui seus próprios hóteis, mas existem inúmeras opções aos que querem ficar próximos da estação. O site do resort disponibiliza, inclusive, uma lista de hóteis/pousadas que estão nas proximidades (clique aqui).

Nos dois últimos anos que fui ao Chile fiquei hospedado no ChileXtremo, uma pousada simples que fica em Farellones, um povoado logo abaixo de El Colorado. Aliás, Farellones é uma opção bem mais em conta aos que querem economizar, tanto em hospedagem, como em alimentação.

Em termos de serviços, El Colorado possui restaurantes, bares e lojas que operam enquanto a estação estiver aberta.

Tratando das pistas, eu, particularmente, não sou o maior fã de lá. As pistas me parecem muito similares, sem muitas diferenças, obstáculos ou outro elemento que permita variar um pouco a descida. Aos que procuram se divertir no snowpark, o El Colorado possui um de fácil acesso e com caixotes, corrimão e jumps para os níveis intermediário e avançado.

La Parva

La Parva foi uma grata surpresa na minha passada pelo Chile em 2013. Até então, sempre ignorei La Parva, sem qualquer razão para isso.

E por qual razão gostei tanto de La Parva? As pistas são muito diferentes e existem MUITAS opções para fora de pista.

Apesar de possuir algumas pistas para iniciantes, são os intermediários e avançados que parecem ter mais diversão por lá, especialmente pelas imensas oportunidades de fora de pista para todos os níveis e a grande quantidade de pistas vermelhas.

Assim como as demais estações da região, existem alguns restaurantes e bares que servem a estação durante seu funcionamento. No pé da estação existem inúmeros apartamentos e casas, algumas disponíveis para aluguel para a temporada de ski. Para maiores informações sobre hospedagem em La Parva, clique aqui. Me arrependo profundamente de não ter conhecido La Parva antes, mas tenho a certeza que voltarei lá.

Um ponto que de certa forma pode ser considerado negativo é a grande quantidade de partes planas, normalmente na transição de algumas pistas. Algumas dessas partes são relativamente longas e não é raro ver pessoas que ficam pelo caminho e tem que remar para chegar até a próxima descida. Outro ponto a ser mencionado, já que muitos não gostam desse modo de transporte, é que a maioria dos lifts são do estilo T-Bar.

Considerando todos os prós e contras, eu colocaria La Parva no topo da minha lista entre as estações que conheci no Chile. A grande variedade e a diferença entre as pistas, as intermináveis opções de fora de pista e a paisagem impressionante de La Parva garantem esse título com sobras.

Veja o vídeo que fiz de um lindo dia de sol e powder por lá:

Portillo

Portillo fica a 164 km de Santiago, portanto um pouco mais distante que Valle Nevado, El Colorado e La Parva. No entanto, a estrutura de Portillo não deixa a desejar em comparação com as demais.

São inúmeras opções de hospedagem, alimentação e demais atividades. O resort oferece restaurantes, academia, ginásio para pratica de esportes, lojas, salões de beleza e etc. Como ponto negativo, Portillo oferece uma quantidade menor de pistas.

Em termos de beleza, no entanto, é difícil bater a Laguna del Inca, um lago que fica no meio da estação, com águas cristalinas.

Farellones

Farellones é uma estação de esqui bem pequena, com pistas somente para iniciantes e um espaço para outras atividades, como tubing e tirolesa. Na realidade, Farellones faz parte do complexo de El Colorado.

Aos que procuram uma experiência mais intensa no esqui/snowboard, Farellones certamente não é a melhor opção.

Mas mais que uma estação de esqui, Farellones é um povoado de montanha. Tanto em 2012, como em 2013, fiquei hospedado em Farellones. O povoado fica há 5 minutos de carro de La Parva e El Colorado e há aproximadamente 20 minutos do Valle Nevado. Em compensação, hospedagem e outros serviços são bem mais em conta por lá. Os que procuram gastar menos, mas ainda assim ficar hospedado lá em cima, Farellones é uma excelente opção, pois possui inúmeros hostels e hotéis de menor porte. Lá você também encontra alguns bares e restaurantes com preços mais acessíveis que o Valle, por exemplo.

Em 2012, porém, a neve estava escassa, uma situação bem diferente da que encontrei em 2013. As fotos abaixo mostram bem essa diferença:

Farellones, 2012

Farellones, 2012

Farellones, 2013

Farellones, 2013

Vejam AQUI as fotos de 2012 e vejam AQUI as fotos de 2013.

Ah, não esqueça de ver também os vídeos, clicando AQUI.

Se você estiver precisando de seguro viagem, sugiro que deem uma lida no post que fiz sobre o melhor seguro de viagem de aventura. Lá, fiz uma análise das coberturas e exclusões para ski e snowboard.

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