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Esqui em Chapelco

Em julho e agosto deste ano fiz uma snowtrip para a Argentina junto com alguns amigos. Nossa primeira estação de ski da viagem foi Chapelco, na cidade de San Martin de Los Andes, a 263 km de Bariloche. Passamos somente 3 dias por lá, mas foi o suficiente para ficar encantado não só com a estação de ski, mas também com San Martin. Abaixo, minhas impressões, dicas e informações.

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Ah, se você vai passar por Buenos Aires em sua viagem, sugiro uma lida nos seguintes posts do Tulio, do Aires Buenos: 101 coisas para fazer em Buenos Aires e quanto dinheiro levar para Buenos Aires.

Como chegar

Um leitor (valeu Marcelo!) me alertou que San Martin possui aeroporto próprio, conhecido como Aeroporto de Chapelco. Trata-se do aeroporto Aviador Carlos Campos, que fica a 20 km do centro de San Martin de Los Andes. A Aerolíneas Argentinas possui voos regulares para esse aeroporto no inverno.

Além do aeroporto acima, outra porta de entrada é o aeroporto de Bariloche, que fica a 263 Km de San Martin. De Bariloche é possível ir de carro ou ônibus para San Martin de Los Andes. O terminal de ônibus de Bariloche possui linhas regulares a San Martin, e em 2014 o preço da passagem era de AR$ 250 ida e volta. Maiores informações sobre passagens e horários podem ser encontrados no site da empresa Albus.

A opção mais em conta para nós foi alugar um carro, afinal estávamos em 3 pessoas, ficaríamos hospedados em San Martin e certamente subiríamos a Chapelco todos os dias. Aluguei nosso carro com a Patagones Rent a Car, uma empresa pequena de Bariloche. Nosso carro era um Renault Clio básico, duas portas e saiu por AR$ 1.470 com 800 km a serem rodados.

Em Bariloche é comum o uso de empresas pequenas de aluguel de carro e, apesar de ficar um pouco desconfiado no início, não tivemos qualquer problema e tudo transcorreu bem com o carro.

O trajeto entre Bariloche e San Martin é relativamente bem sinalizado, mas cuidado e atenção nunca são demais. Tente usar um GPS e/ou mapa se possível. Nós fizemos o trajeto à noite e acabamos nos perdendo, aumentando nosso trajeto em mais de 100 km.

O trajeto acima foi o que fizemos, por uma estrada totalmente asfaltada e em boas condições. Existe um outro trajeto, conhecido como Ruta de los Siete Lagos, onde o caminho a San Martin passa por Villa La Angostura, cidade base do centro de ski Cerro Bayo. Esse caminho é bem mais curto e, pelo que li, muito lindo. Contudo, existe um trecho de chão batido (15 km), portanto recomenda-se viajar durante o dia.

Já o trajeto entre San Martin de Los Andes e Chapelco é curto, mas lindo demais. A estação fica a apenas 20 km do centro da cidade e o caminho é praticamente todo asfaltado (apenas um trajeto de 3 km é feito em estrada de chão batido, que estava em ótimas condições).

Onde ficar

Se você vai a Chapelco, San Martin de Los Andes é certamente o melhor lugar para ficar hospedado.

A estação não possui hotéis na base, então San Martin é o local mais próximo (com exceção da Ski Village Las Pendientes, um condomínio que fica praticamente dentro de Chapelco). Em San Martin existem inúmeras opções de hospedagem, para todos os gostos e bolsos. Nós ficamos hospedados no hostel Rukalhue.

Inicialmente ficamos em um quarto triplo, depois um quádruplo. O hostel é relativamente simples, com bom wi-fi, café da manhã bem simples, mas com um excelente atendimento e localização, a 2 quadras da rua principal e a 3 quadras do lago.

No quarto triplo privado pagamos uma diária de AR$ 585 pelo quarto, que tinha banheiro privado. No quarto quádruplo compartilhado sem banheiro privado pagamos AR$ 150 por pessoa a diária. Eles também oferecem transfer a Chapelco por AR$ 78 por pessoa, ida e volta.

O hostel também serve jantar ao preço de AR$ 115 por pessoa. Em uma noite resolvemos comer por lá, e foram servidas empanadas e pizza.

Se hostel não é a sua praia, é possível encontrar outros tipos de hospedagem em San Martin, recomendo usar o site da própria municipalidade.

Se você está procurando algo mais top ainda, dê uma olhada na Ski Village Las Pendientes, que é um condomínio com sua própria pista de ski e com interligação a Chapelco. A estação do condomínio funciona até uma hora depois de Chapelco fechar e você pode sair e chegar esquiando na porta do seu chalé. O esquema por lá consiste em pacotes fechados de sábado a sábado, portanto você terá que permanecer uma semana, sendo que os preços são variados dependendo do chalé que você escolher.

O que achei de Chapelco

Chapelco foi minha 6ª estação de ski na América do Sul e a primeira na Argentina.

Achei a estação sensacional, apesar de ser pequena e com pouca inclinação se comparada a outras estações do continente, especialmente Cerro Catedral, em Bariloche.

Talvez uma das principais atrações de Chapelco seja esquiar entre as árvores. Esquiar entre as árvores é uma experiência sensacional que praticamente tira a graça de esquiar novamente nas pistas comuns. Chapelco possui bosques com excelentes possibilidades de ski para qualquer nível.

Posso dizer que passei a maior parte do tempo esquiando entre as árvores de lá, e recomendo a todos que derem uma passada por Chapelco. O vídeo abaixo mostra alguns trechos do esqui nos bosques de Chapelco, além de resumir bem o que foi minha passada por lá.

Outro ponto que destaco em Chapelco é que a estação me parece ser uma das preferidas dos Argentinos, e quando os locais gostam de um lugar, ele certamente tem o seu valor. É uma excelente opção se você quer fugir dos milhares de turistas que invadem Bariloche e o Cerro Catedral.

Vale mencionar também que a estação possui um pequeno snowpark, mas infelizmente sem meio de elevação próprio.

Lifts

Segundo o site de Chapelco, a estação possui 12 meios de elevação, dentre os quais o mais demorado leva 7 min para percorrer seu trajeto, que é justamente a gôndola que leva da base até o meio da estação. Quando as condições de neve na base estão ruins, essa gôndola é também utilizada para descer.

Achei os lifts em excelente estado de conservação e operação, com especial destaque para o lift Rancho Grande, que leva 6 passageiros em uma excelente velocidade, o que é realmente impressionante para os padrões sul americanos. Como nem tudo são flores, esse lift é justamente o que tem as maiores filas.

Falando em filas, encontrei filas em praticamente todos os lifts, com poucas exceções.

Pistas

Chapelco possui 28 pistas e uma superfície “esquiável” de 1.600 hectares. O mapa abaixo ilustra melhor a disposição das pistas do centro: Pistas Chapelco No nosso primeiro por dia por lá a metade de baixo do centro estava fechada e totalmente sem neve. No fim do primeiro dia estava nevando e continuou nevando toda a noite seguinte. No dia seguinte tínhamos 12 cm de neve fresca e praticamente todas as pistas abertas. Foi um dia sensacional!

A inclinação de Chapelco é relativamente tranquila, mas a distribuição de pistas me parece ótima em termos de variação do nível de dificuldade.

Os iniciantes podem aproveitar a grande variedade de pistas verdes e azuis, especialmente a pista Camino, que corta todo o centro, passando pelos bosques e chegando até a base.

Já os intermediários e avançados podem aproveitar a parte de cima da montanha. Quando estive por lá pude esquiar em algumas pistas pretas e vermelhas e, na minha opinião, a diversão fica mesmo por conta dos bosques.

Passes

Os passes são vendidos em cartões magnéticos, o que é excelente! Você simplesmente carrega seu cartão com seu passe, coloca na jaqueta e não tira mais, já que as catracas possuem sensores que irão ler seu cartão sem você precisar tirar o cartão do bolso do casaco.

Em termos de valores, Chapelco é um pouco mais barata que o Cerro Catedral, em Bariloche. Na alta temporada, o passe diário estava custando AR$ 585. Para maiores informações, consulte o site do centro.

Serviços

Chapelco é bem servida em termos de serviços de apoio, como restaurantes, aluguel de equipamentos e aulas de ski e snowboard.

Almoçamos todos os dias na montanha, e os preços são muito bons. Um pancho (cachorro quente com uma salsicha) saía por AR$ 33 e AR$50 com fritas. O crepe de frango da foto abaixo saiu por AR$115. Chocolate quente saía por AR$ 20, croissant (medialuna) por AR$ 6. Existem muitas outras opções de refeição, inclusive refeições completas, e os preços são dos mais baratos que já vi em montanha. Chapelco O aluguel de equipamento completo de esqui estava AR$ 270 o dia.

Para snowboard, o preço era AR$ 340. Chapelco possui aulas particulares e em grupo para ski e snowboard, e os preços podem ser encontrados no site do centro.

San Martin de Los Andes

San Martin é a cidade base de Chapelco e ela merece aqui uma menção especial.

É uma pequena cidade de montanha, muito carismática e bem estruturada. São muitas opções de hospedagem, restaurantes, bares e lojas. A rua principal é sempre bem movimentada e o povo local muito atencioso.

Em nossa primeira noite por lá chegamos tarde na cidade e nosso hostel já tinha fechado (fechava à meia noite). Fomos para o centro atrás de ajuda e todos foram muito solícitos, até que encontramos uma hospedagem de emergência.

Os preços nos bares e restaurantes são justos e os serviços excelentes. Existem inúmeras lojas de ski/snow de marcas conhecidas, como The North Face, Columbia, Salomon, dentre outras. Sugiro uma passada pela loja Austria, que fica na rua principal.

Para ver as fotos de Chapelco, clique aqui.

Se você estiver precisando de seguro viagem, sugiro que deem uma lida no post que fiz sobre o melhor seguro de viagem de aventura e as coberturas aplicadas pelas seguradoras a ski e snowboard.

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